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dom 15/junho/2025 10:54
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Transtornos mentais afetam também a saúde bucal

Transtornos como ansiedade e burnout podem causar bruxismo e dor facial. Dentista alerta para diagnóstico precoce e tratamento multidisciplinar.

Dados recentes do Ministério da Previdência Social revelam um crescimento preocupante no número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais e comportamentais no Brasil.

Em 2023, mais de 440 mil pessoas precisaram se afastar por esses motivos, um salto de 67% em relação ao ano anterior e o maior número registrado desde 2014, quando houve 203 mil casos.

O cenário acende um alerta não apenas para os impactos emocionais e produtivos dessas condições, mas também para consequências físicas muitas vezes negligenciadas, como dores orofaciais e disfunções mandibulares.

Segundo o cirurgião-dentista Dr. Lorenzo Benetti, especialista em Disfunção Temporomandibular (DTM), bruxismo e dor orofacial, distúrbios como ansiedade, depressão e burnout estão diretamente relacionados a sintomas que afetam a saúde bucal.

“Esses transtornos podem levar o paciente ao ranger ou apertar os dentes de forma involuntária. Essa repetição compromete os músculos da mandíbula e pode gerar bruxismo, desgaste dentário, dores de cabeça e fortes dores na face”, explica o especialista.

O problema, segundo Dr. Lorenzo, é que os sintomas são frequentemente confundidos com outras condições, atrasando o diagnóstico e dificultando o tratamento adequado.

“Muitos pacientes am por diversos especialistas e realizam exames sem obter alívio. Em muitos casos, a origem da dor estava em uma DTM ou no bruxismo, algo que só foi identificado após uma avaliação odontológica especializada.”

Para lidar com esses casos, o profissional defende uma abordagem multidisciplinar, que integre avaliações clínicas, emocionais e comportamentais, além do acompanhamento por um dentista especializado em dor orofacial. “Essas dores silenciosas também merecem atenção. E têm tratamento”, conclui.

A crescente relação entre saúde mental e saúde bucal reforça a importância de cuidados integrados e do olhar atento para sintomas que muitas vezes am despercebidos, mas que podem comprometer seriamente a qualidade de vida dos pacientes.

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